Operação Carbono Oculto

Entenda o esquema bilionário envolvendo o PCC e fundos de investimentos.

FRAUDES

InvestSix Wealth

8/28/20253 min read

Operação Carbono Oculto: O Maior Golpe do Crime Organizado no Combustível e no Mercado Financeiro Brasileiro

O Que Está Acontecendo?

Na manhã desta quinta-feira, 28 de agosto de 2025, foi deflagrada a Operação Carbono Oculto – uma iniciativa sem precedentes no combate à infiltração do crime organizado na economia formal brasileira.

Com a participação de 1.400 agentes públicos, entre Receita Federal, Polícia Federal, Ministérios Públicos federal e estaduais, ANP e demais instituições, a força-tarefa atua simultaneamente em 350 alvos distribuídos por oito estados.

Um Esquema Bilionário:

  • Postos usados como canais de lavagem de dinheiro: cerca de 1.000 postos de combustíveis em 10 estados movimentaram R$ 52 bilhões entre 2020 e 2024, mas declararam recolhimentos tributários irrisórios.

  • Fintechs como "bancos paralelos": uma das instituições envolvidas movimentou sozinha R$ 46 bilhões de forma opaca, usando maquininhas e sistemas alternativos para driblar rastreamento

  • Investimentos fraudulentos em fundos: ao menos 40 fundos de investimento multimercado e imobiliários, com patrimônio estimado em R$ 30 bilhões, foram utilizados como camadas de blindagem para o dinheiro ilícito.

Estes fundos foram empregados na aquisição de ativos físicos como usinas de álcool, caminhões, imóveis (incluindo fazendas em SP e uma residência em Trancoso-BA), além de terminais portuários.

A Blindagem Financeira

O uso de múltiplas camadas — fintechs, fundos com único cotista, contas bolsão — garantiu ao esquema uma blindagem quase total contra as investigações fiscais. Até 2025, parte dessas brechas foram parcialmente regulamentadas pela Receita Federal, mas posteriormente revertidas devido à pressão política e à propagação de desinformação.

Simultaneamente, a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional ajuizou medidas cíveis bloqueando mais de R$ 1 bilhão em bens dos envolvidos, entre imóveis, veículos e outros ativos.

Empresas mencionadas na operação

1. Fintechs e Instituições de Pagamento

  • BK Bank – Principal instituição de pagamentos investigada, com movimentações suspeitas de R$ 17,7 bilhões. O principal cliente foi a distribuidora Aster (R$ 2,22 bilhões).

  • Bankrow – Também citada como fintech envolvida no esquema de movimentação financeira opaca.

2. Gestoras, DTVMs e Corretoras

  • Reag Investimentos – Gestora listada na B3, alvo de busca e apreensão. Suspeita de usar cerca de 40 fundos para movimentar recursos ilícitos atribuídos ao PCC Boletim NacionalInfoMoneyBrasil 247.

  • Ciabrasf (ex-Reag Trust) – Também sob investigação, afirmando colaborar com as autoridades UOL Economia.

  • Outras mencionadas: Trustee DTVM, Altinvest, Banvox, Libertas, Actual e Ello.

3. Distribuidoras e Formuladoras de Combustíveis

  • Aster – Distribuidora de combustíveis com vínculo direto a movimentações via BK Bank; teve atuação suspensa pela ANP.

  • Copape – Formuladora de combustíveis ligada à Aster, utilizada como fachada por "testas de ferro".

  • Outras empresas destacadas nas investigações incluem: Duvale, Arka, Rodopetro, Rede Sol Fuel, Port Brazil.

4. Usinas Sucroalcooleiras

Empresas produtoras de etanol e álcool envolvidas no esquema:

  • Carolo, Virgolino de Oliveira, Itajobi, Furlan, Rio Pardo, Comanche e Goiás Bioenergia.

5. Transporte, Logística e Terminais

  • Transportadoras e logística: G8 Log, TLOG, Rio Log, Liquipar .

  • Terminais portuários: investigados como pontos de importação irregular e logisticamente integrados ao esquema.

6. Outras Empresas Alvo de Busca e Apreensão

Segundo documentos oficiais, diversas empresas foram também alvo de diligências, abrangendo setores químicos, biocombustíveis e logísticos:

  • Exemplos: Aliança Biocombustível, Araras Química do Brasil, Braslimp Química Indústria, Diamond Chemical Solventes, GPC Química, Ipê Biocombustível, Malta Transportes Rodoviários, QuantIQ Distribuidora, Royal Química, entre outras.

O Porquê do Nome

O nome “Carbono Oculto” carrega uma carga simbólica poderosa: remete ao elemento químico presente nos combustíveis (carbono) e ao esquema de ocultação de recursos ilícitos dentro de estruturas aparentemente legais.

Impactos e Importância para o Investidor

Para investidores — especialmente os que atuam em setores regulados, fintechs ou mercado financeiro — esta operação reforça importantes lições:

  • Fiscalização contínua é vital: estruturas financeiras opacas ainda representam brechas exploráveis por grupos criminosos.

  • Governança e compliance devem estar no centro da estratégia de qualquer organização — fundos e fintechs foram peças centrais no esquema.

  • Transparência é o melhor remédio: sem ela, o sistema financeiro formal se torna vulnerável a lavagem, sonegação e infiltração do crime organizado.

Conclusão

A Operação Carbono Oculto, deflagrada em 28 de agosto de 2025, marcha como a maior mobilização já vista no país contra o crime organizado infiltrado no mercado formal — especialmente no setor de combustíveis. Ao expor um elaborado sistema de lavagem de dinheiro, fraude fiscal e investimento ilícito, a operação lança luz sobre riscos críticos que afetam o próprio núcleo da economia brasileira.